O que é Farinha Teff? É um superlimento!
| By leonorgsblogA farinha teff não é nova, mas está a ser redescoberta, e revelou ser mais um daqueles superalimentos ancestrais que viveu discretamente, mas que pelas suas extraordinárias características nutricionais, tornou-se obrigatório na lista dos alimentos super saudáveis. As pesquisas à volta deste cereal e dos seus produtos aumentam nas comunidades científicas e começa a ser produzido em outras partes do mundo, além do seu país de origem, a Etiópia e Eritreia. A Etiópia é, no entanto, o maior produtor mundial.
O que é o Teff?
A farinha teff é obtida a partir de um grão muito pequeno, semelhante ao da semente de papoila, originário da Etiópia e Eriteia, onde é fundamental na alimentação diária dessas regiões e onde é consumido como um tipo de pão, a injera. Existe em diversas variedades de cores, desde o branco, passando pelo vermelho até ao castanho-escuro e acredita-se que é cultivado há mais de 5000 anos. De todas as variantes, o sabor é mais neutro no grão mais claro, sendo o sabor suave e semelhante ao da noz. O seu nome botânico – Eragostis tef – significa “erva do amor”. É tão pequeno, que para se obter um grama, são precisos 3 mil grãos.
Propriedades nutricionais
O Teff possui um enorme potencial para o desenvolvimento de produtos de grande valor nutricional com benefícios para a saúde. A excelência deste cereal reside na sua riqueza em minerais e pelo seu fantástico conteúdo em aminoácidos essenciais, o que o torna superior aos outros cereais. Teff é rico em cálcio, magnésio, cobre, potássio, manganês, zinco e ferro e vitamina C. O seu teor de cálcio é superior ao do leite de vaca, com cerca de 170mg por cada 100g. A sua riqueza em ferro está dependente do solo onde é cultivado, e pode variar entre 5mg e 15mg por 100g.
Rico energeticamente, com excelente quantidade de proteínas, cerca de 12% a 14%, e com um bom equilíbrio de aminoácidos essenciais, com destaque para a lisina, aminoácido ausente na maioria dos cereais. A lisina é importante no metabolismo do cálcio, fundamental na calcificação óssea.
Os seus hidratos de carbono são em grande quantidade amido resistente, um tipo de amido resistente à digestão no intestino e que fornece menos calorias que outros hidratos de carbono complexos, contribuindo para uma maior saciedade e para melhorar os níveis de glicémia. Por estes motivos é uma boa fonte alimentar para diabéticos e para quem procura perder ou gerir o peso. Este tipo de amido também funciona como um pré-biótico favorável à flora intestinal e também importante na manutenção de um peso adequado. Os seus hidratos de carbono sendo de digestão lenta fazem dele um bom aliado dos desportistas de alto rendimento, que necessitam de energia rápida e prolongada. O seu conteúdo em minerais também ajuda na rápida recuperação após o exercício físico ou cansaço mental.
O Teff é isento de glúten, uma boa opção para quem é intolerante ao glúten. Este cereal é também uma boa fonte de antioxidantes.
Todas estas características nutricionais devem-se essencialmente ao facto do cereal ser normalmente consumido na sua forma integral, inteiro. Por ser um grão tão pequeno é de difícil processamento, e desta forma todas as partes do cereal são consumidas, o que lhe confere a sua riqueza nutricional.
Aplicações
A farinha Teff pode ser usada para substituir outras farinhas menos saudáveis, em especial as refinadas, mas deve ser usada em menor quantidade, por ter uma maior densidade é necessária em quantidades inferiores. Deve usar-se menos cerca de 25% a 50% de farinha teff do que aquela que é definida na receita original.
Permite, pela sua textura flexível e elástica, obter excelentes produtos de panificação, desde pães, bolinhos, bolachinhas, panquecas. Como possui, após cozida, uma textura gelatinosa, pode ser usado em molhos, sopas, cremes, pudins. O cereal também pode ser consumido inteiro, cozido ou assado, como prato principal.
As suas superiores qualidades nutricionais fazem dele um cereal especial e um alimento a incluir numa alimentação variada e saudável. Vale a pena introduzi-lo na nossa alimentação diária.
Apesar de ser consumido em forma de cereal ou transformado em farinha, uma coisa mantém-se sempre: as enormes vantagens nutricionais, como os hidratos de carbono. Contudo, 20 a 40 por cento é amido resistente, ou seja, resiste à digestão e absorção por parte do organismo. Isto quer dizer que é uma mais-valia para os intestinos, funcionando como um prébiótico (fibras).
Além disso, também possui um indíce glicémico baixo e, por isso, provoca uma maior saciedade. Esta vantagem faz com que seja um alimento indicado para diabéticos ou para quem está a fazer dieta e quer controlar o peso.
O teff ainda é rico em proteína, constituindo 12 a 14 por cento da sua composição, e contém oito aminoácidos essenciais para o organismo que os outros cereais não produzem. Mas este superalimento não fica por aqui. Tem níveis elevados de antioxidantes, cálcio, magnésio, cobre, potássio, manganês, zinco, ferro e vitamina C. E também não tem glúten.
E como é que se pode comer e preparar?
O novo cereal pode ser utilizado para substituir a massa, o arroz, a quinoa e outros cereais, e já se encontra à venda, em algumas superficies comerciais.
A forma de cozinhá-lo é bastante simples e rápida. Deve usar uma chávena de chá de teff por duas de água. Após a cozedura, ele fica com uma textura tipo gelatina. Ou seja, também pode ser utilizado em molhos, sopas e cremes.
Para o utilizar para substituir a farinha em bolos e panquecas, deve usar-se cerca de um quarto da dose, devido à densidade do grão.
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